Sem perder de vista a luta que estamos travando para garantir a aplicação da sentença com as cinco ações de cumprimento em andamento (UnG, Unicsul, Uninove, Kroton e Ânima), nem os debates que, mesmo durante o recesso, ocorreram no TRT, o Sinpro Guarulhos entregou a pauta de reivindicação definida por professoras e professores para a campanha salarial do ensino superior de 2024. A gente sabe que a pancadaria está pesada. E que muitos patrões só enxergam um caminho: esfolar professores, sucateando suas condições de trabalho, de salário e de vida!! Não se deixem enganar: eles falam que já fizeram propostas, mas eles querem pagar bem menos do que devem. Isso não é justo.
O Sinpro Guarulhos continua lutando para garantir o cumprimento da sentença e o pagamento de tudo que as grandes IES devem aos professores e é também por isso que mais uma vez estamos reivindicando uma pauta que não faz vistas grossas para os graves problemas decorrentes do uso de recursos tecnológicos no ensino superior.
A pauta consta de aumento real de salários, piso salarial, regulamentação do trabalho docente no EaD ou nas disciplinas e carga horária online oferecidas em cursos presenciais que é fundamental para integrar à categoria docente os trabalhadores e as trabalhadoras que intencionalmente foram empurrados para fora do trabalho docente, especialmente nas variadas formas de EaD. Precisamos saber do sindicato patronal e dos donos de IES se quem trabalha no EaD não é professor, como alegam, então quem leciona no EaD?
O debate sobre a qualidade (ou a falta de) nas modalidades EaD em cursos online ou presenciais tem ganhado repercussão pelo abuso na forma de exploração vista nos últimos anos e não é mais possível que o sindicato patronal insista que não tem nada com isso. Tem sim! Há anos o Sinpro Guarulhos propõe, seja na Federação, seja no diálogo direto com o patronal, formas de regulamentação nunca aceitas, muitas vezes sequer debatidas! Por quê? Porque interessa incentivar formas desregulamentadas de trabalho: isso barateia o custo da mão de obra e permite que os empresários da educação tenham mais lucros!
Sabe aquelas atividades para centenas, quando não milhares, de estudantes em que a faculdade contrata alguém – sem vínculo com a instituição ou com os estudantes – e diz que integra o currículo? Então: em geral elas são computadas como se integrassem esta ou aquela disciplina, são cobradas nas avaliações e, mesmo assim, o professor efetivo da disciplina não recebe por isso. Parece pouco, mas não é! Muitos docentes têm acusado o golpe ao verem suas jornadas a cada dia mais reduzida, enquanto o volume de trabalho só aumenta!
Esta campanha precisa alardear para toda a sociedade que professores merecem respeito e que não há possibilidade de formação que prescinda do professor. Para isso precisamos do envolvimento de professoras e professores que veem e vivem o cotidiano de sucateamento de suas condições de trabalho e salário sendo minguadas a cada dia! Participe do seu sindicato! Ajude a defender o seu trabalho e a sua categoria!
Março 2024