Veja aqui a contra-proposta apresentada pelo sindicato patronal
No próximo dia 15, sábado, faremos nossa assembleia de professoras e professores do ensino superior da base de Guarulhos. Como sabem, o sindicato patronal sequer aplicou o reajuste que nos era devido em 2022 e lançou mão de recursos judiciais para suspender a sentença que prevê reajuste de 10,78% retroativos a 1º de março de 2022. Isso mesmo: mais de um ano sem reajuste algum, exceto nas instituições que anteciparam algum percentual distante do definido na sentença. Acumulam, portanto, uma dívida com professores e professoras que não se limita ao reajuste nos salários, mas que tem reflexos em férias, 13º, INSS e FGTS. Isso para tratar apenas da questão econômica.
Apresentamos nossa pauta, reivindicando o cumprimento da sentença, estabelecimento de piso salarial, regulamentação do trabalho docente em EaD (nos cursos presenciais e online), além da proteção aos direitos autorais e aumento real.
O sindicato patronal e seus representados, apresentaram agora uma contra-proposta que quer rever o que fora decidido no TRT, convertendo o reajuste e seus reflexos, em abono salarial, cuja vantagem alcança apenas as empresas de educação privada e sucateia ainda mais as condições salariais dos docentes, impondo novas perdas. Veja o que propõe o sindicato patronal:
1) que o reajuste devido em 1º de março de 2022 seja aplicado com quase um ano de atraso aos salários de fevereiro de 2023;
2) que a dívida de 2022, para muitos docentes equivalente a mais de um salário, seja resolvida com um abono de 102,57% dividido em 3 parcelas (abril, junho e setembro de 2023);
3) que mesmo diante de uma média inflacionária de 6,09%, os salários sejam reajustados em março de 2023 em 3,05%, correspondente à metade da inflação a outra metade seria aplicada em março de 2024.
Com isso, o sindicato patronal mais uma vez estica a corda para impor aos professores perdas salariais, tentando ganhar mais um ano de arrocho nos salários. Seguem, como sempre, de olho nos lucros decorrentes da superexploração do trabalho docente. De outro lado, professores seguem com salários rebaixados, com trabalho intensificado, submetidos a expropriações de seus direitos autorais, entre outras diversas formas de precarização.
Professoras e professores, participem da assembleia no próximo sábado! Vamos deliberar conjuntamente sobre essa proposta.
Sinpro Guarulhos – abril de 2023